Palahaço - lápis de cor com arte final
Medo do palhaço
Alguns medos são denominados transitórios, na infância, pois desaparecem a partir de certa idade. Entre eles, o de pessoas estranhas, de ruídos inesperados, de luzes fortes, de escuridão, de insetos etc. - algumas crianças se isolam do grupo social e deixam de ir a festas com receio de serem agredidas. "Criança pequena, de 1 ano e meio para 2 anos, costuma sentir medo de anúncio de televisão. Precocemente, algumas têm do Papai Noel ou do palhaço e, meses depois, dão muita risada com esse personagem. Alguns temores, com a experiência e a cognição, se transformam, mas não se deve forçar, por exemplo, uma criança que tem medo de palhaço a vê-lo", recomenda o psiquiatra.
O medo do palhaço, freqüente em crianças de 3 ou 4 anos de idade, segundo Maria Helena, é por causa da aparência dele, pois a criança não consegue identificá-la com a do ser humano comum. "Para ela, é uma pessoa que se comporta de um jeito distinto dos demais adultos. É como se fosse um outro ser", diz. A psicóloga enfatiza que é normal uma criança pequena apresentar esse receio. Porém, conforme explica, isso não deve ocorrer com crianças maiores, porque elas têm capacidade de entender que o palhaço é uma pessoa que se veste daquela maneira com o objetivo de divertir as pessoas.
Grunspun avisa que os medos, em sua maioria, são curados sozinhos. Considerados transitórios, a duração deles é de três a seis meses. "O psicólogo que disser que, para a cura, antes desse período, é necessário fazer terapia está enganando a família. Eles passam com ou sem a ajuda dele", afirma. Só é aconselhado procurar um especialista se o problema persistir. "Na criança é mais comum o medo do que ansiedade. Entretanto, caso os pais tomem atitudes inadequadas podem incutir precocemente a ansiedade", destaca.
Tanto o psiquiatra quanto a psicóloga concordam que pais medrosos contagiam os filhos com seus temores. O bicho-papão, ameaça do pai para controlar o filho, perdeu espaço para fatos como assalto e seqüestro, que são transmitidos a toda hora pelos meios de comunicação. As mídias contribuem para a disseminação do temor. "A televisão repete o fato traumático, mostra-o diversas vezes e, para as crianças pequenas, é uma realidade que se repete. Esses acontecimentos fazem a mãe ficar assustada e transmitir o medo para os filhos. Isso aumenta a insegurança da criança para enfrentar os problemas que a vida apresenta", analisa o psiquiatra. Já Maria Helena aconselha: "Os pais têm que preparar o filho para viver com essa realidade, porém, devem proporcionar recursos para ele lidar com a situação." (M.A.)
fonte: http://www.kalunga.com.br/revista/revista_janeiro_09.asp